Mais uma vez
14/01/2013 15:04Porque me espantei? Com o magnetismo que tem, não demoraria mesmo outro inseto se prender em sua teia.
Pra que eu fui perguntar? Talvez a duvida me mantivesse leve. E olha que não será surpresa se aprendera alguma lição e estiver feliz.
Meu maior temor se concretiza. Como se eu tivesse escrito este roteiro ou intuído toda esta solidão. Quase desacredito que Deus tenha algo maior. São muitas as marcas. E o pior é entender que não me reconheço mais. Que se fiz algo de bom foi em vão. E que nem o papel de vítima eu poça assumir.
Tento manter os olhos adiante. Concentrar minha atenção. Mas toda decepção me traz de volta. E esse cheiro azul de flor é como um tiro.
Como um pianista que desde a infância se prepara, quando começa a se apresentar no Grand Teatro, um acidente, por descuido, lhe decepa as mãos.
E agora, pode-se tocar com os pés? Ou seria melhor se tornar um maratonista? Seria legitimo cultivar tristeza, ou confiar nos romances onde um guerreiro nunca desiste e sempre tem, ao final, sua recompensa? Nunca me senti tão perdido. Nunca caminhei tanto assim. Meus sapatos já estão a sangrar. Tenho medo de parar de vez.